domingo, novembro 20, 2005

Felizmente é 6ª feira

Recebo com frequência apresentações em Power Point esfusiantes, porque tinha chegado a 6ª feira. Sempre achei isso um disparate, mas concretamente hoje estou muito feliz por ser 6ª feira. Preciso mesmo de parar. Esta semana foi fora do comum.
Só tenho pena de amanhã ter um casamento. Gostava de ficar no sossego a recuperar desta loucura. Pode ser que o casamento seja divertido. Casamentos e baptizados nunca foram o meu forte, mas também não me posso transformar num “bicho do mato”.
A minha esposa adora confraternizar e eu não quero estragar-lhe esse prazer.
Começou a nevar na Alemanha. Dá-me vontade de entrar num avião e ir até aos Alpes contemplar a paisagem.
Regressei aos treinos de bicicleta; 3vezes por semana, ½ hora (3ªs , 5ªs e Domingos). Cheguei à conclusão que a minha forma não está assim tão má como pensava.
Chega de conversa....tenho de ir ganhar o meu salário!
Felizmente amanhã é Sábado.

Há dias na vida em que não apetece fazer absolutamente nada

No passado Domingo, por volta da meia-noite, voltei a ter uma crise de nervos daquelas que me deixa apavorado. Só me deixei adormecer já passava das 4 da manhã.
Na 2ª feira, após falar com vários colegas, fui consultado por um neurologista.
Conclusão do encontro de futebol: nervos 10 ; problemas cardíacos 0.
Receitou-me mais umas quantas pílulas e de facto, talvez me sinta um pouco melhor.
É preciso alterara a filosofia de estar na vida, não exagerar no nível de emotividade no empenho profissional, fazer mais exercício físico,.........., a lenga-lenga que o cardiologista e o médico de clínica geral já me tinham cantado. Muito bonito na teoria....na prática é que são elas.
Falta-me agora ir fazer umas análises à tiróide.
Ontem estive em reunião com um Cliente das 09:00 às 22:00. Só parámos 1:00 para almoçar. Quando cheguei a casa estava de rastos. A mesa era só dossiers, papéis, desenhos, computadores,.....eu sei lá! Muito esforço para tão parcos acordos. Dentro de 15 dias nova sessão.
Hoje, sinto-me com muita vontade de fazer.....coisa nenhuma!
Estou para aqui a escrever, apenas para me entreter na minha hora de almoço.

quinta-feira, novembro 10, 2005

Anos da minha filha

Hoje dia 10-11-2005 a minha filha faz 3 anos.
Não posso deixar passar esta data sem referir que confesso ser um pai babado; babadíssimo.
É uma criança encantadora! Carinhosa, prestável, amiga do seu amigo e sobretudo feliz. Tem um temperamento muito vincado, personalidade forte, mulher decidida, características que eu muito admiro numa mulher, sem no entanto abdicar da docilidade e espírito de colaboração.
Tem demonstrado ser uma criança muito inteligente (bem acima da média), e com um “sexto sentido” deveras apurado. Saúde de ferro e “energia para dar e vender”.
Sinto-me muito orgulhoso de ser pai de uma criança assim. Só espero ter a capacidade para lhe potenciar as faculdades e lhe fazer ver as arestas que tem que limar, para ser um ser humano bem integrado na sociedade, sem traumas nem medos, e com capacidade de lutar contra as adversidades que inevitavelmente vai ter que enfrentar no seu dia a dia.
Profissionalmente será o que quiser ser. Tentarei demonstrar-lhe sempre as vantagens e inconvenientes das decisões que tomar.
Só espero conseguir estar a altura do estatuto da criança que Deus me deu a benção de cuidar.
Como todos os diamantes, este está ainda “em bruto”. As faces no entanto já lá estão bem definidas. É preciso paciência e tempo, para ir lapidando vagarosa mas decididamente a pedra. Não vou criar nada; isso já Deus fez! Tenho é que ter cuidado para compreender quais as faces a realçar e qual o material que não faz falta, que está a mais.
Tenho a certeza, que Deus me deu um diamante deveras grandioso de muitos quilates.
Tenho que me esforçar para ser um excelente lapidador.
Como eu gosto da minha filha.........

RAVENA

Ravena foi a a paragem seguinte. É uma cidade que não me deixou marcas, talvez por ter vindo logo de Veneza.
Fizémos uma excursão de autocarro a Vicenza, Verona e Pádua.
Foi esta última última paragem a que realmente me marcou.
Na Igreja de S. António que nós dizemos que é de Lisboa e eles de Pádua, estão expostos alguns artefactos que ele utilizava quotidianamente, nomeadamente o seu manto. Até aqui tudo bem! Agora também está exposta na Igreja uma língua humana que dizem ser a dele. Nunca tinha visto nada mais tétrico na minha vida! A língua de um homem exposta em público?
Não entendo esta displicência, este despudor da Igreja Católica. Eu já tenho dificuldade em digerir imagens religiosas, ...., mas isto é demais!
Para mim a religião é tão mais pura quanto mais “abstrata” for; quanto menos imagens permitir. Qualquer imagem, estátua, pintura, por muito bem feita que seja, não poderá retratar toda a essência que se encontra por detrás da religião ou crença.
Para retratar a morte de Cristo, como modelo de salvação da Humanidade, não é necessário que na cruz esteja alguém representado. A cruz basta. Sinto que o espírito do sacrifício de Cristo em nosso benefício, a sua mensagem, está lá mais presente se a cruz estiver vazia.
Compreendo que a compreensão humana necessita muitas vezes de imagens, conceitos pré-definidos. Fazer leituras a partir do “abstraccionismo”, é previlégio de uma elite socio-intelecto-cultural acima da média, quando a religião deverá ser sempre o mais abrangente possível.
Também é inegável que a Igreja Católica com este procedimento contribuiu em muito durante muitos séculos para o desenvolvimento das artes no Mundo, mas..... uma língua exposta, para mim é demais! Quanto mais não seja, porque a língua é apenas um instrumento de comunicação do cérebro (um periférico em linguagem computacional). A estar exposto, que fosse o brilhante cérebro, que os relatos dizem que S. António possuía. Mesmo assim, continuo a entender que seria demasiado forte, demasiado despropositado.

Veneza

A 2ª paragem que fizémos foi em Veneza, onde ficámos 2 dias.
Nesse dia o almoço a bordo atrasou-se. Já deveria ter terminado, quando o navio entrasse no Grande Canal de Veneza.
Assim, fomos todos almoçar já com máquinas de filmar e fotografar à tiracolo.
O almoço ainda estava a meio quando pela janela verificámos que estávamos a chegar. Comecámos a olhar uns para os outros. Todos queríamos levantarmo-nos da mesa a meio da refeição e ir ver a paisagem. No entanto, o decoro não o permitia. O barco ia-se aproximando da costa e......não dava mais. Um dos passageiros, levantou-se e claro, muitos outros seguiram-lhe o exemplo, entre os quais, eu.
Subi até à plataforma que fica ao nível da cabine de comando; i.e., +/- 6 andares de altura. A vista era soberba!
O grande canal, tem um movimento desusado de pequenas embarcações que pupulam de um lado para o outro. Esta imagem, associada aos imponentes edifícios que ladeiam as suas margens, é algo de inesquecível. Passámos pela praça de S. Marcos e fomos atracar um pouco mais à frente.

Quais são de facto as diferenças entre esta e qualquer outra cidade? Todas!

1º Não existem automóveis. As deslocações são feitas de barco ou a pé.

2º Não existem autocarros. Existem sim barcos, que atracam em diversas paragens programadas para recolher e libertar passageiros. A atracagem é apenas um homem que segura o barco com uma corda enquanto hover movimento de passageiros. Quando termina, larga a corda e o barco segue viagem.

3º Existem táxis,....., mas que são barcos. Um dia ao fim da tarde apanhámos um. Chamam-se como se chamam os táxis em Lisboa. Levanta-se o braço para chamar a atenção. Só que aqui existe uma pequena diferença: como os barcos circulam afastados da costa, é preciso dar também um grito ou uma assobiadela, para chamar-mos a atenção.

4º Existem prédios, que só têm saída para um diminuto cais, onde os barcos particulares se encontram atracados. Estes são normalmente estreitos e compridos, para facilitar a passagem de uns pelos outros, nomeadamente nos canais mais estreitos.

5º Existem também prédios degradados, tal como em muitas cidades. Aliás as ruas (vielas) à noite são mal iluminadas e a partir das 23:00, não se vê ninguém na rua. O centro de Veneza, não tem qualquer vida nocturna. A fraca iluminação, conjugada com as intrincadas vielas, favorecem os larápios. Talvez também por isso, o movimento cessa a partir desta hora.

6º A Praça de S. Marcos faz um pouco lembrar a Praço do Comércio em Lisboa. Circundada por edifícios com arcadas nos pisos térreos, onde sobretudo existem cafés com esplanas e restaurantes, alguns com música ao vivo (na sua grande maioria, música mais clássicista, como manda o figurino). Pombos são às centenas, bem como existem retratistas fotógrafos e caricaturistas para todos os gostos, como aliás hoje é corriqueiro nas maiores cidades europeias.

Visitámos o Palácio dos Médicis, que tem um interior de grande opulência, de acordo com o poder comercial que a família detinha em épocas passadas. As paredes estão ornamentadas com grandes quadros, alguns do tamanho da própria parede, assinados por pintores consagrados. Não sendo conhecedor de pintura, devo confessar, que a grande maioria das telas, quase todas descrevendo paisagens ou cenas da vida quotidiana, apresentam uma qualidade de execução acima de qualquer suspeita.

Um dia à noite, como não podia deixar de ser, lá fomos passear de gondula nos canais ouvindo uma serenata. Os barcos por serem estreitos, não têm grande estabilidade transversal, mas o passeio romântico é algo digno de ser repetido. Como se tratava de uma excursão, num barco iam os músicos e cantores e nos restantes, nós os turistas. Tal com se vê nos filmes, os barcos são a remos, indo o piloto de pé na retaguarda do barco. O barco avança através de movimentos transversais do único remo que utilizam. Os barcos têm pequeníssimas lanternas. A luminosidade da cidade também não ajuda, pelo que no seu todo passeamos com apenas uma pequena penumbra, o que torna as coisas ainda mais românticas.

É de facto uma cidade diferente, imponente, mas na qual não gostaria de morar.

Ilha de Malta

No 1º cruzeiro que fizémos, a 1ª paragem foi na Ilha de Malta.
Eram por volta das 07:30, quando chegámos a La Valleta.
O sol tinha acabado de se levantar e incidia nas fachadas dos prédios de pedra sobranceiros ao mar. Estes já por si apresentam uma cor amarelada, que fica particularmente realçada pela luz do nascer do Sol.
O efeito é francamente bonito.
Na ilha, existem muitas carruagens puxadas por cavalos, que circulam a grande velocidade ao som de sinetas, para informar e afastar os pedestres.
As ruas são sempre bastante movimentadas e inclinadas, pelo que as mães transportam as crianças em carrinhos de bébé até idades bastante avançadas para o que é normal em Portugal (5,6,7 anos).
Os portais, janelas e varandas dos edifícios, nomeadamente do estado, são todos pintados em côr verde forte, côr que se conjuga bem com o amarelado das fachadas.
O porto comercial, tem um movimento desusado. É enorme a quantidade de navios graneleiros que estão permanentemente a descarregar mercadorias. Sendo Malta uma ilha, mais de 80% das transacções comerciais, são feitas por via marítima. Daí toda esta agitação.
Em termos paisagísticos, é uma ilha tipicamente mediterrânica, com uma paisagem um pouco seca e árida.
O mais empolgante, é sem sombra de dúvidas a Igreja de S. João Baptista. Para mim é a igreja mais sumptuosa e bonita que vi em toda a minha vida.
O chão é todo em mármore negro italiano, sendo na sua quase totalidade pedras tumularesdos sepulcros das mais altas individualidades da igreja católica da ilha e não só. Por o chão ser de mármore (material macio) é mesmo interdito o uso de saltos altos e finos às senhores, para evitar a sua degradação.
O conjunto arquitectónico interior é sumptuoso. Apresenta um luxo, mas ao mesmo tempo uma harmonia difícil de descrever.
É exactamente ao contrário do monumento do Duomo em Florença. Nesta quando se dobra a última esquina e se depara com o monumento, dá vontade de chorar, pelo estrondoso efeito estético que produz em nós. No entanto, o seu interior é de uma enorme rusticidade, comparada com o exterior. Nesta igreja de S. João Baptista passa-se exactamente o oposto. A fachada exterior é igual a tantas outras que já vi. O seu interior não! Quase me atrevia a dizer, que parece o palácio dos Médicis em Veneza.
Vale a pena ir a Malta só para ver o interior desta igreja.

sábado, novembro 05, 2005

Cruzeiros

Não tenho dúvidas que a melhor forma de adquirir cultura é viajando, coisa que adoro fazer, apesar de infelizmente custar bastante dinheiro. De entre as formas de viajar, a melhor de todas é fazendo cruzeiros.
Fiz 3, sempre no paquete Funchal, dois no Mediterrâneo e um no Atlântico, em condições bem diferentes, mas sempre com enorme prazer.

Vantagens:
- As paisagens mudam diariamente;
- A comida é excepcional;
- O convívio é estimulante e agradável (dependendo das companhias, claro);
- Visitamos exactamente os lugares mais importantes em cada escala, sem percas de tempo desnecessárias, tendo guias que nos informam dos mais pequenos detalhes;
- Relaxa-se profundamente, fazendo ginástica, entrando nas brincadeiras de convés, dando um mergulho na piscina, bebendo um refresco em boa companhia ou simplesmente debruçando-nos na amurada sentindo o vento a passar na nossa cara, enquanto o navio desliza nas águas (que por vezes podem ser bem agitadas).

Desvantagens:
- O dinheiro que se gasta;
- O guarda-roupa grande que tem que se levar (dependendo da duração do cruzeiro). Seja como for, não nos podemos esquecer que a roupa da manhã, pode não servir para as excursões e definitivamente o traje para jantar tem que ser mais requintado (homens de gravata, “noblesse oblige”). Verdade seja dita, quando estamos em rota no alto mar, a troca de indumentárias sempre é uma forma de ocuparmos o tempo.

Outro dia estava falando com a minha esposa e ambos demonstrámos saudades de voltar brevemente a fazer outro. É um vício terrível.
Conheci pessoas que entravam a bordo do 1º cruzeiro e só saíam no último.
Quando o barco atracava em Lisboa para trocar os passageiros de um cruzeiro por outro, apanhavam um táxi e íam visitar a família. Regressavam no dia seguinte, as coisas já estavam a bordo, de forma que era só zarpar direito a novos destinos.
Simples, caro, mas posso assegurar que muito agradável.
Há cruzeiros que dão a volta ao Mundo. Aí está algo que adorava fazer. Conhecer múltiplas culturas diferentes. Adormecer a pensar como as pessoas podem pensar e fazer isto ou aquilo desta maneira e acordar no dia seguinte encontrando novas gentes que já pensam e fazem as mesmas coisas de forma completamente diferente.
É nestes contrastes que verificamos que verdades que por vezes damos como absolutas, de facto não o são. Dependem profundamente do contexto em que estamos inseridos.

Perdição consumista

Uma das coisas que mais gostava de ter na vida, era uma mota nova. A Honda NX4 igual à do meu cunhado, caía-me que nem uma luva. No entanto, dificilmente a taxa de utilização justificava o investimento.....paciência!
Uma coisa posso e estou a fazer, com a colaboração do meu pai: legalizar devidamente a minha velhinha 50cc. Assim por exemplo, quando ao Domingo de manhã, não me apetecer andar de bicicleta e querer ir ao Colombo ou a outro lugar qualquer, em vez de ir de carro a gastar 9,0l/100Km, vou na minha cinquentinha a gastar 1,8l/100Km. Vou apenas nos meus 40-50 Km/h, mas chego na mesma ao meu destino, divirtindo-me muito mais e gastando muito menos.
Só espero que após 35 anos de idade, a máquina de 1970 não me deixe ficar mal na estrada.
Como alguém uma vez escreveu: “Viva feliz com o que pode ter. Feliz com o que dá para ser.”

Às vezes as paredes parece que têm ouvidos

Ontem à tarde o meu chefe sondou-me sobre a hipótese de passar a haver dois horários de trabalho: um das 07:00 às 15:00 e outro das 15:00 às 23:00.
No 2º não estou interessado, mas o 1º era ouro sobre azul.
Sair às 15:00 e ter tempo para ler, estudar (sobretudo o meu alemão), aprofundar os meus conhecimentos de informática, quiçá tirar o MBA,...
Vai desaparecer a isenção de horário, mas o dinheiro também não é tudo na vida! Não são +/- 500€ que irão fazer mossa.
Eu preciso de dar algumas pinceladas de côr na minha vida!
Estou demasiado rotinado. Parece que ando sempre à roda. Sinto-me um pouco como o burro que passa o dia a puxar a nora.
Tenho sobretudo que mudar a minha mentalidade; a minha forma de estar na vida.
Não preciso de fazer uma revolução; apenas uma evolução na continuidade.
Pode ser que a alteração de horários, seja a abertura da janela que eu tanto anseio.

A vida raramente é fácil

Na passada 2ª feira, estava em frente à televisão a dormir, quando de repente tive uma das piores sensações da minha vida. Parece que o corpo injectou algo no sangue e o meu coração entrou em profunda arritmia; a tal sensação que já uma vez descrevi como um motor de um carro a trabalhar com um cilindro a menos. Sente-se uma desaceleração e profunda descompensação do ritmo cardíaco.
Tentei manter a calma para que a minha mulher não se apercebesse, mas não é fácil. Fica-se com os músculos todos rígidos, parecem pedras, as mãos a tremer de forma incontrolável e uma dificuldade extrema em caminhar, como se o cérebro não fosse mais o orgão que tudo comanda. A sensação de que a vida chegou ao fim, passa na nossa cabeça, o que não ajuda nada a situação.
Dirigi-me à casa de banho, porque fiquei imedatamente com os intestinos desfeitos, tomei um calmante e meti-me na cama. Nestas alturas, o calmante não faz qualquer efeito, pelo que estive acordado até às 4 ou 5 horas da manhã. Por fim o cansaço vence e adormeço. O cansaço profundo é o resultado que fica depois de ultrapassada a tempestade. Parece que fui a correr de Lisboa ao Porto sem parar. A prostração mantém-se durante muitas horas, mesmo depois de acordar, até que o corpo recupere. Sinto-me um morto vivo.
A morte assusta-me! Assusta-me porque tenho uns pais incríveis, uma mulher e uma filha lindas. Familiares dos quais gostaria de poder usufruir da sua companhia durante mais uns bons anos.
Não fumo, não bebo, não faço noitadas, tomo comprimidos para baixar o colesterol, calmantes, tenho vindo a baixar o meu peso (hoje em dia 76Kg para 1,68Mt de altura), já fiz ecografia ao coração e ao estomago, electrocardiogramas (vários), análises de sangue a tudo e um par de botas,.....tudo indicando que tenho “apenas” a doença do século: o stress.
Faço 20 ou 30 Km de bicicleta, não sinto nada. Após uma hora ou duas de paragem, lá vem um nervoso miudinho acentuado. Treino bicicleta em casa, idem. Faço amor, uma hora ou duas depois, lá vem o nervoso miudinho outra vez..
Estou cansado desta situação!
Dizem-me que deveria consultar um psiquiatra. Para quê? Para saber toda a minha história desde pequenino e depois dar-me comprimidos para me pôr quase a dormir? E o trabalho quem o faz? Se me ausentar, é certo e sabido que quando voltar, alguém já se abarbatou com o trabalho!
Os meus pais dizem-me que deveria relaxar; que sempre fui uma pessoa com uma vontade férrea, e que portanto deveria dar a volta por cima. Bonita frase! Mas qual é o interruptor que devo desligar? Na cabeça são milhões!!! Qual é o fusível que está a funcionar mal? É possível descobri-lo?
O meu tio que é médico há muitos anos, ex-professor da faculdade de medicina, costuma dizer, que quando nos pomos a estudar a “massa cinzenta”, chegamos à conclusão que não sabemos nada de nada sobre o seu funcionamento.
O que por exemplo nos leva a reconhecer que ontem à noite comi castanhas cozidas?
A verdade é que estou numa encruzilhada de difícil solução. Uma coisa sei que me relaxa: ler, ler, ler, ler......tudo! Desde gestão a engenharia, de história a aeronáutica. Isso abtrai-me de maus pensamentos e permite-me “estar comigo mesmo sem fantasmas”. Pena é que o tempo que tenho não seja muito! Gostava de poder sair mais cedo do emprego e enquanto a minha mulher e a minha filha não chegam, ler, estudar, ir ao computador voar com o meu simulador de voo.....mas e depois? Quais as consequências? Lá se vão os cerca de 500€ da isenção de horário, que sempre fazem falta para os custos com a educação de uma criança. Lá vamos ter que começar a contar as moedas. Vivi anos a fio, com o problema dos salários em atraso do meu pai. Isso desgastou-me profundamente. Não quero voltar a esses tempos de forma nenhuma!
Bem, então e ao fim de semana? Bom, se tiro tempo para mim, deixo de ter tempo para estar com a minha mulher e a minha filha, que são as coisas que mais adoro neste mundo.
Como eu gostava que inventassem uma pílula que evitasse a necessidade de dormir! São as 8 – 8,5 horas mais desperdiçadas do dia que se pode ter. Como eu invejo o Dr. Marcelo Rebelo de Sousa que só precisa de 3 a 4 horas de sono. A mais valia que isso lhe traz é incrível!
Seja como for, tenho de encontrar uma solução de compromisso, se quero cá andar mais uns tempos e se possível sem recurso a comprimidos. Não sei é qual é a solução.
Tenho de continuar à procura da solução. Tenho que encontrar uma solução. Tem que haver uma solução. Não posso ficar 24 horas por dia com os sentidos em alerta máximo, à espera de uma dor, uma pontada. Não posso viver à espera do minuto em que vou ficar esticado e hirto. Parece que estou 24 horas por dia a jogar à roleta russa.
Será que estou a ficar louco? Será a isto, que se chama de andropausa?
Estou cansado.........muito cansado!

terça-feira, novembro 01, 2005

O nosso Sol

De acordo com estimativas da NASA, a temperatura no núcleo do Sol atingirá 50 milhões de graus centígrados.
Para se ter uma noção desta grandeza, uma cabeça de alfinete de materia a esta temperatura, irradiaria calor suficiente para matar um ser humano a 160 quilómetros de distância.
É nestas situações que nos sentimos pequeninos e ignorantes. A única esperança que tenho, é que amanhã seja um pouco menos ignorante do que hoje.

Outros mundos

De acordo com estimativas astronómicas deverão existir cerca de 100 milhares de milhões de galáxias. A nossa galáxia, a Via Láctea, deverá ter também sensivelment 100 milhares de milhões de estrelas.
Se um sistema solar em cada 80.000 tiver um planeta a uma distância equivalente à do nosso Sol, existrirão 1.000.000.000.000.000.000.000.000 de hipóteses de haver planetas com vida no Universo. E isto partindo do pressuposto que a vida só fará sentido desenvolver-se utilizando o carbono como base de sustentação. Nada nos diz, que a vida não poderá ser sustentada com base noutro elemento químico diferente, quiçá desconhecido de nós neste momento.
Estaremos sós? Não acredito! Com semelhante estatística, por muito grande que possa ser a margem de erro, definitivamente não acredito!

Problema gastro-intestinal

Esta semana tenho-me visto um pouco aflito com um problema gastro-intestinal.
A minha filha apanhou a enfermidade na escola, passou-a à minha mulher, e claro, agora chegou a minha vez.
É impressionante, a enorme capacidade do organismo de se defender e de expelir tudo aquilo que não faz parte da sua essência. O corpo humano é de facto uma máquina extraordinária. É um todo organizado, capaz de auto-decidir o que deve permanecer e o que deve repelir do seu meio.
O aperfeiçoamento a que fomos sujeitos levou milhões de anos, desde os seres unicelulares, aos peixes, aos répteis,......., e sabe-se lá se a cadeia não irá continuar para além do que é hoje o ser humano como conhecemos. Nada nos garante que não sejamos mais uma fase de transição no processo de mutação constante do organismo.
Quando vemos doenças como o cancro, que não é mais do que a mutação e multiplicação desorganizada de células, também devemos ver que caso estas não sofressem mutações, significaria a estabilidade por tempo indeterminado da raça humana, tal como a conhecemos. A evolução teria chegado a um fim, e portanto a um estádio de estabilidade, permanência, imutabilidade, antónimo de progresso, desenvolvimento, criatividade, inovação, de que a Natureza é pródiga.
A estagnação é uma palavra vã, onde quer que se aplique.
Não acredito que seja por acaso que a capacidade craniana do Homem esteja a aumentar 1cc em cada 10.000 anos.
Para onde irá a evolução, gostava de saber.
Porque é que existimos, gostava ainda mais de saber.
Qual a justificação para a existência do Mundo como o conhecemos, era a pergunta para a qual mais gostava de ter uma resposta.
Como eu gostaria de poder multiplicar a minha presente capacidade intelectual, para melhor compreender tudo isto!