quinta-feira, janeiro 12, 2006

Jogos de azar

Acho uma certa graça, quando vejo a azáfama de alguns colegas meus juntando-se para jogarem no Euromilhões com múltiplas, quando há Jackpots.
Se percebesse um pouco de estatística desistiriam desta idéia, que é apenas um sorvedor de dinheiro.
Se não vejamos:

EUROMILHÕES
Escolher 5 dígitos em 50 possíveis + 2 estrelas em 9 possíveis.
- nº de combinações possíveis: 76.275.360

TOTOLOTO
Escolher 6 dígitos em 49 possíveis.
- nº de combinações possíveis: 13.983.816

JOKER
Escolher um nº com 7 algarismos
- nº de hipóteses: 9.999.999

Pergunto, o que é que eu ganho em jogar no Euromilhões com 756 apostas ou com duas?
Passo a probabilidade de ganhar o 1º prémio de 0,0000026 % para 0,00099%. Brilhante! Em termos relativos multipliquei a minha probabilidade de ganhar 378 vezes, mas na verdade, em termos absolutos a minha probabilidade é praticamente a mesma!

Uma coisa é verdade: se não se jogar, tem-se uma probabilidade de 100% (certeza) de não sair.

Trata-se tudo de uma pura questão de sorte, caso as máquinas não estejam viciadas, o que assumo que não estão.

Claro que nunca nos podemos esquecer do lado humano. A Santa Casa da Misericórdia ajuda uma vasta população desfavorecida pela vida, a ultrapassar as suas insuficiências diárias. Isto é algo meritório que merece sempre a ajuda de todos nós.

A vida é uma monotonia

Hoje estava a fazer a barba ao espelho e estava a pensar como a vida não passa na sua maior parte de uma sucessão de actos monotonos: Levantar, arranjar, vestir, tomar o pequeno almoço, ir para o trabalho, lidar sempre com os mesmos problemas, interromper para almoçar, lidar sempre com os mesmos problemas, sair do emprego, ir para casa, dar banho à filha, jantar, deitar e assim sucessivamente.
Quando olho para um carreiro de formigas, penso na vida monótona que estas têm ao arranjar alimentos todos os Verões para não morrerem de fome no Inverno e assim sucessivamente. Temos pena delas, mas a nossa vida não é assim não diferente da delas.
No início de um novo ano, ou a seguir às férias, proponho-me sempre fazer algumas alterações à rotina diária, mas a verdade é que ao fim de alguns dias, me rendo à evidência da impossibilidade. Impossibilidade porquê? Porque a quebra de algumas rotinas, acaba por colidir com as rotinas de terceiros....e por isso o carácter de inviabilidade.
Adorava fazer um mestrado em gestão, mas onde vou arranjar tempo? Gostava de aperfeiçoar os meus conhecimentos de alemão, mas onde vou arranjar tempo? Gostava de comprar uma mota, mas para quê, se não tenho tempo para andar nela. Isto é, para se poderem alterar rotinas é necessário que se tenha uma folga horária. Ora se esta não existe, que rotina pode ser alterada? Nenhuma!
Então vamos a mais uma semana de trabalho.....rotineira!

domingo, janeiro 08, 2006

Agadir (II)

Já no centro da cidade, fomos visitar uma fabrica de tapetes e peças metálicas de artesanato, única indústria com alguma expressão na região.
Em seguida dirigimo-nos para o mercado típico de Agadir. O guia pediu-nos para que não nos afastássemos do grupo, não tirássemos fotografias ou fizéssemos filmagens. Eu assentei a máq. de filmar nos braços, como se estivésse desligada,...,mas não estava, o que me permitiu fazer excelentes filmagens.

O mercado marcou-me muito com 2 particularidades:

As especiarias estão à vista de todos em sacos (tipo de batatas de 50 Kg). Havia especiarias de todos os tipos e as mais diversas cores. A mistura de cheiros que pairava no ar, era algo de inebriante; algo que não estamos habituados a sentir, com todas as regulamentações que hoje em dia nos são impostas pela União Europeia. Foi uma experiência diferente de tudo o que tinha sentido até aquele dia.

A 2ª, teve a ver com o lixo que havia nos corredores do mercado. Na zona das hortaliças, por exemplo, o chão encontrava-se de tal forma coberto por detritos, que quando caminhávamos, sentíamos que estavamos a caminhar em cima de um colchão, tal era a forma como o lixo amortecia o pousar do pé no chão. Parecia que estávamos a caminhar com aqueles ténis novos que agora se comercializam, com almofadas de ar. Havia na comitiva pessoas horrorizadas. A minha própria esposa, afirmou que viver em Portugal era viver no paraíso. Não sou tão drástico, mas que é de facto estranho para nós, é. Temos no entanto que ter em consideração que aquele mercado não é para turistas, mas apenas para gente local, e que eles vivem assim à milhares de anos.

Agadir (I)

Aqui já estamos numa terra tipicamente norte-africana.
Foi uma terra devastada por um violento terramoto à alguns anos atrás.
Tem uma baía magnífica ladeada por uma praia com cerca de 8 quilómetros; mais ou menos a distância da Costa da Caparica à Lagoa de Albufeira.
A alguns quilómetros da cidade, existe um promontório, de onde se consegue vislumbrar toda a cidade.
Nesse mesmo promontório passou-se um episódio interessante:
Como é conhecido, se um estranho tira uma fotografia a um árabe, tem que lhe dar uma compensação financeira pelo facto; isto quer ele se tenha perfilado para a fotografia ou tenha sido apanhado desprevenido. Também é do conhecimento geral, a apetência que os árabes têm pelas mulheres loiras. Nesse promontório, estava um árabe com cerca de 2 metros de altura, com uma enorme cobra ao pescoço; tinha para aí 3 a 3,5m de comprimento. Prestava-se a tirar fotografias com os turistas a troco de algum dinheiro. Quando viu a minha esposa (que é loira), queria à viva força tirar uma fotografia com ela. Para a minha esposa existem várias coisas pelas quais não partilha grande simpatia, entre elas: árabes e cobras. Então era giro de ver o árabe atrás dela e ela a fugir. A partir de determinada altura, começou a ficar estérica com a perseguição. Tive que a acalmar com um tom de voz mais firme, chamando-a à razão. A verdade é que ela estava muito assustada.
Na realidade toda a comitiva de visitantes portuguesas, não se sentia muito à-vontade. Entrámos no autocarro e já na descida para a cidade, o condutor parou o autocarro um pouco mais abaixo, para que saíssemos para admirar a paisagem. O primeiro a sair fui eu, e se não tivésse incitado os restantes, mais ninguém tinha saído, para ver a paisagem, bem diferente do que estamos acostumados a ver quotidianamente.

2º Cruzeiro

Voltando às minhas viagens e neste caso ao 2º cruzeiro que fiz com a minha esposa, não posso deixar de dizer, que “Las Palmas” não passa de uma grande cidade, idêntica a muitas que encontramos por toda a Espanha.
Já a ilha de Lanzarote, tem particularidades muito interessantes:
- É uma ilha de origem vulcânica. Toda a sua superfície está coberta de cinza negra;
- Não tem água potável. Toda a água é dessalinizada;
- A agricultura é toda feita manualmente: uma camada de terra, coberta por uma camada de estrume e por fim por uma camada de cinza. A camada de cinza tem como objectivo reter a humidade produzia durante a noite, para que sirva de rega. Dedicam-se essencialmente à cultura vinícola;
- Os pontos mais altos da ilha não ultrapassam os 700 metros;
- O clima é sempre muito constante devido à proximidade do Continente Africano (cerca de 100Km). As pessoas não vestem roupa de Inverno.
A cidade mais importante da Ilha (Arrecife, onde atracámos) é composta por casario de apenas 1 ou 2 pisos. Nada comparável com o que se passa em Las Palmas.
No entanto, o que mais me impressionou nesta ilha, foi o passeio que fizémos pelo interior do vulcão. O tubo que liga o vulcão ao mar tem cerca de 8 a 9 quilómetros, dos quais apenas cerca de 3 ou 4, estão abertos ao público. Podem-se apreciar os rios de lava, bem como os túneis que esta abriu na montanha. Só assim, nos conseguimos aperceber da incomensurável força da natureza, e como somos frágeis e indefesos perante tais demonstrações de força. Outra coisa estranha, é a ausência total de eco nas grandes galerias subterrâneas. Havia vários grupos de turistas, o que provoca sempre algum ruído, mas que no entanto não é amplificado pelas galerias, devido à ausência total de eco.
À parte deste pormenor, sentir que estamos a percorrer corredores, onde por cima de nós se encontram milhares de toneladas de pedra e terra, é algo que causa um certo arrepio na espinha. Faz-me um pouco lembrar a experiência que vivi na Lisnave, quando pela 1ª vez passei por debaixo de um petroleiro que se encontrava em reparação na doca seca nº13 da Margueira (chamava-se ESSO COBE). São daquelas sensações em que o vocabulário português parece escasso para dar uma imagem da sensação vivida. Tem que se passar pela experiência para se perceber a sensação causada.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Ano Novo

Eu normalmente não dou muita importância à passagem de ano. Para mim, um novo ano começa quando terminam as férias grandes (normalmente entre Julho e Agosto).
No entanto, e face ao panorama negro macro-económico que se advinha para o país, para mim e para a minha família só gostaria que fosse um ano com saúde e trabalho. Cajo hajam estes dois ingredientes, tudo o resto virá por acréscimo.
Para este novo ano que agora se inicia, não tenho projectos extraordinários. Vou ver se consigo organizar um pouco melhor o meu tempo para me cultivar um pouco mais, ver se consigo fazer de uma forma sistemática o meu exercício físico tri-semanal, e retomar a minha paixão pela pesca.
Este ano a Empresa decidiu fazer todas as “pontes”, incluindo a de 5ª feira de espiga que é feriado municipal, compensando o tempo perdido com mais 1:00 hora todas as 2ªs feiras, a partir de hoje. É uma excelente medida para eu poder reatar o meu “diálogo” com os peixes, o mar, o vento e comigo mesmo. Com os peixes, a conversa é quase um monólogo, porque eles não querem nada comigo.....mas isso não me causa transtorno. Para mim ir à pesca é apenas uma forma de estar envolvido com a Natureza.
Hoje já pedi a um colega para me tratar da licença de pesca, como é da praxe, e nos próximos fins de semana, tenho de avaliar o ponto de situação de todo o meu material. Não sei como estou de anzóis, desempatadores, linha,......, como estão os carretos, as canas..... Já lá vão mais de 2 anos desde que deixei as lides, devido à minha querida filha, que apareceu na minha vida.
Além disso, devo ter que comprar umas botas para a pesca. As minhas são medida 40, mas como comecei a comprar sapatos mais largos por uma questão de conforto, já estou a comprar sapatos 42. Duvido que os meus pés caibam agora dentro das botas que tenho....mas isso é o menos.
O importante mesmo é saúde e trabalho! Sobretudo saúde!