domingo, janeiro 08, 2006

2º Cruzeiro

Voltando às minhas viagens e neste caso ao 2º cruzeiro que fiz com a minha esposa, não posso deixar de dizer, que “Las Palmas” não passa de uma grande cidade, idêntica a muitas que encontramos por toda a Espanha.
Já a ilha de Lanzarote, tem particularidades muito interessantes:
- É uma ilha de origem vulcânica. Toda a sua superfície está coberta de cinza negra;
- Não tem água potável. Toda a água é dessalinizada;
- A agricultura é toda feita manualmente: uma camada de terra, coberta por uma camada de estrume e por fim por uma camada de cinza. A camada de cinza tem como objectivo reter a humidade produzia durante a noite, para que sirva de rega. Dedicam-se essencialmente à cultura vinícola;
- Os pontos mais altos da ilha não ultrapassam os 700 metros;
- O clima é sempre muito constante devido à proximidade do Continente Africano (cerca de 100Km). As pessoas não vestem roupa de Inverno.
A cidade mais importante da Ilha (Arrecife, onde atracámos) é composta por casario de apenas 1 ou 2 pisos. Nada comparável com o que se passa em Las Palmas.
No entanto, o que mais me impressionou nesta ilha, foi o passeio que fizémos pelo interior do vulcão. O tubo que liga o vulcão ao mar tem cerca de 8 a 9 quilómetros, dos quais apenas cerca de 3 ou 4, estão abertos ao público. Podem-se apreciar os rios de lava, bem como os túneis que esta abriu na montanha. Só assim, nos conseguimos aperceber da incomensurável força da natureza, e como somos frágeis e indefesos perante tais demonstrações de força. Outra coisa estranha, é a ausência total de eco nas grandes galerias subterrâneas. Havia vários grupos de turistas, o que provoca sempre algum ruído, mas que no entanto não é amplificado pelas galerias, devido à ausência total de eco.
À parte deste pormenor, sentir que estamos a percorrer corredores, onde por cima de nós se encontram milhares de toneladas de pedra e terra, é algo que causa um certo arrepio na espinha. Faz-me um pouco lembrar a experiência que vivi na Lisnave, quando pela 1ª vez passei por debaixo de um petroleiro que se encontrava em reparação na doca seca nº13 da Margueira (chamava-se ESSO COBE). São daquelas sensações em que o vocabulário português parece escasso para dar uma imagem da sensação vivida. Tem que se passar pela experiência para se perceber a sensação causada.

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