Ora aqui está um tema que nunca abordei no meu blogue.
Não é fácil para mim expressar o que sinto e não sei se irei ser bem sucedido.
Cada um tem a sua forma de se relacionar com Deus e eu não gosto nunca de melindrar ninguém, para além de uma dificuldade enorme em expressar os meus sentimentos sobre o assunto.
No passado fim de semana no Porto, confrontaram-me com a seguinte pergunta: se não és crente, como consentes que a tua filha frequente uma congregação? Já não falo na tua mulher, que a maior de idade, mas a tua filha? Não é normal!
A resposta que lhe dei, acho que foi entendível.
Respeito profundamente as convicções religiosas de cada um, e nada tenho a opôr a que um membro da minha família frequente uma congregação religiosa, desde que esta perfilhe a aproximação, o entendimento e o amor entre as pessoas.
Acho que ele entendeu.
Para mim, a religião é algo de secundário. O fundamental são os valores morais. Obviamente que estes poderão variar de congregação para congregação, de cultura para cultura. Variar, não; terem nuances.
Se analizarmos bem, os Dez Mandamentos que nos foram legados pelo Antigo Testamento são fenomenais. Se os seguíssemos à risca, muito melhor seria a nossa sociedade, e talvez, ......o filho de Deus, Jesus Cristo, nem necessitasse de ter vindo à Terra e ser crucificado para redenção dos nossos pecados.
Mas, segundo o meu amigo do Porto, os seres humanos são pecadores por natureza; pelo menos é o que os 2 últimos séculos de História nos demonstram.
É certo! Agora não podemos é acreditar nisso como um facto consumado; que não há nada a fazer a não ser reconhecê-lo e pedir a salvação de Deus através de Jesus Cristo.
Que raio, não somos animais pensantes? Não é essa característica que nos distingue dos outros animais? Não será o nosso dever primeiro para com a sociedade, esforçarmo-nos por sermos melhores cidadãos?
Sim, dizia o meu amigo, mas só se conseguirá a salvação eterna através de Jesus Cristo.
Reflectindo um pouco mais, os povos pigmeus da África Austral, os esquimós do Ártico, ou ainda os nativos Australianos, estarão condenados ao sacrifício, apesar de alguns deles poderem ter tido na Terra um comportamento digno, meritório, só porque ninguém se lembrou deles e lhes falou de Jesus?
Se Deus é magnânimo, nunca poderia fazer tal distinção. Seria uma injustiça. Se ele fosse injusto, não poderia ser Deus.
Uma coisa é de facto verdade. A Igreja e quando falo na Igreja, falo no sentido lato do termo, para além da pregação dos Evangelhos, tem tido um papel muito importante no relevo que põe nos valores universais que os seres humanos deve perseguir.
Apesar de não ser um homem conhecedor dos Evangelhos, na sua essência, no seu mais profundo conteúdo, não estão espelhados os valores morais pelos quais a sociedade se deveria reger?
Por isso, eu não me devo intrometer No caminho espiritual quer da minha mulher, quer da minha filha. A única coisa que desejo é que sejam maravilhosos seres humanos, gratos pela vida, conscientes do seu papel na sociedade, amantes do seu semelhante o do meio ambiente que as envolve.
Se assim for, estou convicto que Deus estará satisfeito, será seu aliado independentemente do credo que professem e eu o mais feliz dos Homens.
Aqui para nós que ninguém nos ouve, já sou. As duas mulheres que Deus me pôs no caminho, são duas verdadeiras referências do que acabei de dizer.
Ainda hoje de manhã disse à minha mulher: “Gosto tanto de ti....”
Ao que ela retorquiu; “Porquê?”
A verdade é que a conjugação dos factores que atrás mencionei, fazem parte do percurso da sua vida. Talvez por serem as criaturas que são, é que o meu amor por elas é incomensuravelmente maior do que as palavras são capazes de mencionar.
Sou um sortudo? Talvez! Se não fosse Deus gostar tanto de mim, não me teria presenteado com semelhante dádiva. Certamente!
Obrigado Deus, por tudo o que me tens dado. Não sei se te estarei a retribuir como merecias. Não sei se estarei no bom caminho, no caminho certo, mas estou certo que não me abandonarás.
3 comentários:
Tens um coração mais próximo de Deus do que julgas! :)
Além disso, o caminho da fé, passa por procurarmos respostas às nossas dúvidas.
Duvidar não é o mesmo que não crer.
Sem fé é que é impossível agradar a Deus.
E eu vejo fé em ti! Senão, como fazer uma oração assim? ;)
Olá Artur, não sei se te lembras de mim, mas conhecemo-nos no Algarve, mais propriamente Faro. Hehe.
Só para dizer que gostei muito do que escreveste. Um coração sincero assim vai encontrar as respostas que procura.
Um abraço
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