Interrupção voluntária da gravidez.
Ora aqui está outro caso caricato.
Quem ganha com a penalização?
As mulheres grávidas? Não. Para abortarem têm que ter largos recursos financeiros para o fazerem no estrangeiro em condições dignas ou têm que sujeitar-se a fazê-lo com a ajuda de “parteiras” muitas vezes não diplomadas e em lugares sem qualquer assistência médica. Como terceira opção, recorrendo a medicamentos que induzam espontâneamente tal situação, para que sejam acompanhadas no nosso sistema de saude de forma legal.
Os filhos que por vezes sobrevivem ao aborto mas que são muitas vezes criados sem o carinho dos pais? Não. Muitas vezes são alvo de sevícias e crueldades, realizados por estes e respectivos familiares durante anos, perturbando o que deveria ser o normal desenvolvimento da criança, tornando-os muitas vezes adultos altamente revoltados. Outras vezes, até acabam assassinados.
O Estado? Não. Fica desacreditado pela falta de autoridade policial que evidencia. Em termos económicos, não sei fazer as contas. Por um lado perde os impostos das Clínicas privadas que poderiam abrir para fazer face a tal necessidade. Por outro, os serviços de saúde seriam sobrecarregados com mais este tipo de operações. No entanto, será necessário falarmos de dinheiro, num assunto desta natureza?
Então, o que se está à espera?
Porque é que certas franjas da sociedade não querem a despenalização do aborto?
As convicções religiosas não o permitem? Ninguém vai obrigar ninguém a abortar. As consciências de cada um, ditarão a decisão a tomar.
Qual é então o problema?
Se eu não o posso fazer por convicção, não quero deixar que outros o façam?
Não estarei a querer decidir por terceiros?
Não estarei a querer restringir a liberdade de cada um, impondo a minha vontade?
É mais humano vermos crianças entregues a instituições de caridade ou maltratadas pelas famílias?
No caso limite, olhe-se para a miséria que graça nas ruas das cidades do 3º Mundo, com as crianças ao abandono, comendo dos caixotes do lixo e outras morrendo à fome. É isto que gostaríamos que nos acontecesse? Julgo que não!
Nota final:
Obviamente que deveremos implementar um aconselhamento psicológico prévio às mães que demonstrem dúvidas sobre a natalidade.
Obviamente que deveremos reforçar o ensino da educação sexual nas escolas. Aliás a meu ver, deveria haver mesmo desde a mais tenra idade uma disciplina de educação cívica, que acompanhasse as crianças até pelo menos o final do ensino secundário.
Agora querer decidir por terceiros, retirando-lhes tal perrogativa, tal liberdade, quando tal situação, em nada afecta a nossa liberdade, NÃO!!!!
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