terça-feira, dezembro 12, 2006

Fim de semana no Porto

Este fim de semana foi um dos melhores que tive nos últimos tempos.
Recebi grandes demonstrações de afecto e gigantescas lições de vida.
Para quem escreveu o que abaixo escrevi e que acabei por não publicar, não sei se por vergonha ou cobardia, foi uma grande lição:

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Estou farto da minha rotina de vida. Sempre a mesma coisa.
Não há trabalhos novos, desafios novos.
Não vejo vontade da Vilma de viajar, passear.
Os fins de semanas são gastos com compras de Natal.
Esta semana vamos ao Porto. Ok, mas para quê? Para nos enfiarmos em casa dos amigos dela? Três dias?
Eu preciso de sair, apanhar ar. Ver coisas novas. Encher os olhos com novidades.
Dá-me vontade de tirar um ou dois dias de férias e ir para o Meco, ir......não interessa para onde.
Pegar no carro e conduzir, viajar.
Quebrar a rotina.
Sinto-me desnorteado, sem rumo, sem objectivos.
Isto para mim é......veneno.
Depois não me sinto bem fisicamente. Verdadeiramente não consigo explicar o que sinto. Se calhar o problema não é físico, mas psíquico.
Sinto-me......perdido.
Parece que estou a fazer uma grande travessia num deserto, que nunca mais acaba.
Passam-se os dias e a paisagem é areia, areia e mais areia.
Um pequeno monte e a seguir, mais areia.
Eu bem tento impôr a mim próprio objectivos, mas o tempo consumido com o trabalho, a mulher e a filha, deixa-me muito pouco espaço para concretizar o que quer que seja.
Parece que estou metido num rolo compressor, sem hipótese de fuga.
Estou farto! Estou cansado! Estou desmotivado! Estou triste! Estou deprimido!
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Deus esbofeteou-me com luvas de pelica.
Eu mereci. Confesso!
Em primeiro lugar, porque humildemente reconheço, que os amigos não são apenas da minha mulher; são também meus amigos. Em 2º, porque os relacionamentos que por estupidez ou azelhíce não tenho cultivado, são uma das melhores coisas da vida.
Ou será que só justifica cultivar amigos no Porto? Também há-de haver interessantes criaturas para conhecer em Lisboa...
Com o decorrer da vida, a verdade é que tenho vindo a fechar o meu coração. Tenho vindo a canalizar todo o meu amor, a minha paixão para apenas uma meia dúzia de pessoas.
Para quê pensar nas viagens como forma de libertação, encontro comigo mesmo, quando posso fazer o mesmo, desde que rodeado de pessoas excepcionais, como todas aquelas com que me cruzei este fim de semana.
Foi esbofeteado, mas aprendi a lição.
Obrigado, Deus. Eu mereci!

5 comentários:

Vilma disse...

As travessias no deserto têm essa finalidade: de nos encontrarmos! E encontrar a Deus.
E creio que o teu coração começa a estar sensível à Sua voz.
É impossível dizer que se ama a Deus sem se amar os outros. Primeira lição aprendida!
Uma lição de humildade e humildade para o admitir!
:)
___-__!

Xuinha Foguetão disse...

Sapatão,

tu és um neca muito ranhosão, mas só quando queres! ;)

Ainda bem que gostaste do fim-de-semana e das pessoas com quem te cruzaste.

Fico feliz por ti! :)

Um beijão da Xuinha Chinelão.

Volta sempre!

Vilma disse...

Sempre que leio este post, sinto muito orgulho de ti! É preciso muita humildade pra escrever o que escreveste!
E como alguém me disse certa vez: somente quando o homem perde o rumo da sua existência, consegue ver a luz!

Jorge Oliveira disse...

Obrigado pela tua sinceridade e amizade Artur. Que Deus continue a abençoar-te e a falar-te. Oro para que possas encontrar n'Ele a paz e o rumo que procuras.

Salmos 37:5

Abraços.

Jorge Oliveira

dinorah disse...

beijinho de lx!!!