terça-feira, dezembro 12, 2006

Primogénito

Este fim de semana, entre tantas coisas que aprendi, fui subitamente presenteado com um primogénito.
Aqui está uma prova de amizade, que eu não estava à espera.
Uma mãe ou um pai, oferecerem-me o seu primogénito para cuidar, foi coisa que eu nunca pensei que me pudesse vir a acontecer na vida.
Acho que isso só poderia ser possível num acto de desespero perante a vida. Como prova de amizade, nunca achei que tal pudesse ser possível.
Acho que espantado, não agradeci suficientemente a oferta, mas prometi cuidar muito bem dele. Agradeci a oferta, não; agradeci o empréstimo.
Um primogénito pelo valor sentimental inestimável que tal representa, nunca poderá ser ofertado. Quanto muito, poderá ser cedido para que terceiros cuidem dele, usufruam da sua companhia, até que estejam estabelecidas as condições para o seu retorno a casa.
Gostaria muitíssimo de o guardar para mim, mas serei o mais feliz dos homens no dia em que o puder devolver.
Entregá-lo-ei de peito aberto, agradecendo o voto de confiança e mostrando a minha maior satisfação por saber que o seu lar está em paz, que tudo se encontra esclarecido de vez, que as águas do rio finalmente serenaram e encontraram o caminho da foz.
Um enorme beijo de profundo agradecimento. Estou esperando.

1 comentário:

Anna^ disse...

Há primogénitos que nascem,por estarem predestinados a outros.

beijinho :)