Quando nos casámos, passámos a lua de mel na Madeira. Ficámos no Hotel Sharaton, quarto 1027 se bem me lembro, hoje Hotel Carlton. Aliás, hotel onde sempre ficamos, quando vamos à Madeira.
Não tínhamos na altura vontade de fazer um casamento caro, nem de convidar muita gente porque o nosso comprometimento mútuo (e para com Deus) já se tinha dado na Costa da Caparica, quando nos começámos a namorar. O casamento era mais uma atitude protocular para com terceiros, do que outra coisa qualquer. Tanto assim é, que celebramos mais vivamente o dia em que começámos a namorar do que o dia do nosso casamento.
O que queríamos isso sim, era ter uma lua de mel em cheio. Primeiro porque gostávamos muito de estar um com o outro e viajar, por outro, porque o meu sogro só nos complicou avida durante o namoro, pelo que era a nossa 1ª oportunidade de gozar a liberdade “arrancada a ferros”. Bom, mas isso não vem agora ao caso.....
Alugámos um Volkwagen Polo branco e percorremos a ilha toda.
Descrever a Madeira, é coisa impossível de se fazer por palavras. Só visitando...e nós já lá fomos por 4 vezes!
È uma ilha multicolor, multifacetada, onde dificilmente alguém se consegue entediar, por mais tempo que lá passe.
Um dos sítios que mais me impressionou foi o Pico do Areeiro. Eu sempre gostei de alta montanha. O silêncio e a tranquilidade, fazem-me estar mais perto de mim e de Deus.
No Pico do Areeiro, existe um caminho pedestre, que nos leva a um pico ainda um pouco mais alto: o Pico dos Ruivos.
Um dos dotes que a minha mulher não tem, é vontade de fazer exercício físico: quanto menos melhor. Eu tinha decidido, percorrer esse caminho e ir até ao Pico dos Ruivos. Eu adoro caminhar e se puder ser em contacto com a natureza em bruto, melhor A minha mulher tentou acompanhar-me, mas após algumas centenas de metros desistiu.
Disse-me para continuar, que ela esperava por mim. Como a minha vontade era muita, fiz-me ao caminho. Algumas centenas de metros mais à frente, existe um túnel com cerca de 2mt de altura e um comprimento de algumas centenas de metros. Digo centenas de metros, porque do lado de cá, mal se vê a luz ao fundo do túnel. Este não é (era) iluminado. Comecei a caminhar, sem saber o que estava a pisar, nem sequer o que estava por cima da minha cabeça. A psique é uma coisa esquisita, e eu tive medo de continuar. Decidi voltar para trás.
Anos mais tarde, voltámos lá e eu mais uma vez tentei atravessar o túnel,...., mas sem sucesso.
Eu detesto-me, quando não consigo ultrapassar os meus medos. Mas, neste caso ainda não consegui.
Ainda hei-de lá voltar outra vez!
Desistir não faz parte do meu vocabulário!
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