A 1ª vez que atravessei a fronteira foi à cerca de 20 anos, tinha eu vinte e poucos anos.
Nesse tempo tinha um Citroen Dyane que a minha mãe me ofereceu após a morte do meu avô. Juntamente com a minha namorada (agora minha mulher), fomos dar um passeio ao Alentejo (Borba e Terrugem), lugares que eu desconhecia e visitar uns tios dela.
Como a fronteira do Caya estava ali perto decidimos ir visitar Badajoz.
Eu não percebia nada de fronteiras, nem dos procedimentos que se existiam.
Ia a guiar nos meus 80 a 90 Km/h, quando a minha esposa de repente grita: então tu passas a fronteira sem parar?????
De imediato meti pé aos travões. Foi a maior travagem que fiz em toda a minha vida.
Não tinha visto nenhuma cancela, nenhuma brigada policial, nem sabia que a fronteira era afinal a continuação de uma estrada igual a tantas outras. Ia perfeitamente descontraído, quando ela faz de repente uma pergunta daquelas.
Foi uma partida que me fez, devido à minha ignorância.
A única consequência, foi deixar à saída de Portugal, umas largas gramas de borracha no chão e se calhar uma dúzia de assistentes a pensar: este gajo é maluco!!!!!
Lembro-me de passear nas ruas de Badajoz com as bochechas muito encarnadas pela experiência única por que estava a passar: passear num país estrangeiro.
Recordo este episódio com muito carinho e por acaso é uma terra que já tenho saudades de re-visitar.
Aprendi ao longo da vida, que podemos tirar uma satisfação imensa, de pequeninas coisas e que estas nos ficam na alma durante muitos anos.
2 comentários:
Que pena sinto por perdermos essa inocência...:))!
Viva aos Dyanes!!!
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