segunda-feira, agosto 22, 2005

Pesca

A pesca foi um desporto que descobri à poucos anos por acaso. Julgo que num Natal, a minha esposa ofereceu-me uma cana e um carreto. Na altura fiquei muito surpreendido com tal oferta, porque tinha sido um hobby, que me tinha passado pela cabeça apenas 2 ou 3 vezes. Comprei mais uns quantos apretechos, uns livritos que explicassem as regras básicas da arte ..... e fui pescar.
Como os meus pais têm uma residencial perto do Meco, foi aí que me iniciei nas lides: praia das Bicas e praia do Meco. Rapidamente descobri uma faceta minha que não sabia existir: o gosto pela pesca, ou melhor, o gosto de estar na praia junto ao mar, em contacto com a natureza, mas tendo a mente e as mãos entretidas.
Outra praia onde gosto muito de pescar é na praia do Carvalhal a seguir a Tróia. Um santuário de sossego fora da época balnear.
O “Surf Casting”, como profissionalmente se diz, permite-me a abstracção dos problemas mundanos, liberta-me a mente e permite-me respirar o ar puro da natureza. Nunca apanhei grandes peixes. Uns Sargos, uns Charroucos (estes na foz do Guadiana) e pouco mais. Adorava um dia apanhar um Robalo, mas até à data nunca tive tal sorte.
Confesso que a pesca por vezes, leva-me a um pequeno conflito interior. Sempre que posso, quando apanho peixes e estes não ficam feridos (e não são grandinhos, evidentemente), devolvo-os ao mar. Às vezes peço a Deus, para que não apanhe nada, porque não é esse o principal motivo porque ali estou (detesto matar um peixe porque o feri); outras vezes fico aborrecido quando não apanho nada. Dá-me uma sensação de incompetência na arte da pesca; e a sensação de incompetência, é algo com que tenho enormes dificuldades em lidar.
Seja como for, gosto muito de ir com o material às costas para a beira-mar. Claro que este acto apenas pode ser feito fora da época balnear, mas como não sou um fanático, não me sinto incomodado por ter de esperar que passe tal época.
Todos os anos tiro logo em Janeiro a licença de pesca para águas interiores. No entanto, nunca experimentei tal pesca. Um tio da minha mulher já por várias vezes me convidou a ir pescar no Alentejo, mas por um motivo ou outro, tal experiência tem sempre sido adiada. Um dia destes ainda pego no carro e vou até uma barragem, para ver se o prazer que sinto, é idêntico ao que tenho quando estou à beira-mar.
Quando não vou à pesca, também me agrada ficar em casa a empatar anzóis, limpar carretos, produzir montagens. Cá está outra vez a ocupação que me liberta a mente.
Desde que temos a nossa filha que nunca mais fui à pesca. Troquei este hobby, por outros mais consentâneos com a idade dela. Não estou arrependido nem por sombras, apesar de já sentir falta de matar o meu gosto pela pesca e de estar acompanhado comigo próprio e da natureza de que tanto gosto.
Talvez agora após a época balnear faça o gosto ao dedo.....

1 comentário:

Vilma disse...

ehehehe... pelo menos com a cana de pesca resultou! A viola ficou encostada mesmo...! LOLL
Para a próxima vou pensar em algo como um kart...que tal?? ahahah