segunda-feira, dezembro 17, 2012

A mão do diabo

Acabei ontem à noite de ler o último livro do José Rodrigues dos Santos: "A mão do diabo"
Primeiro que tudo tenho de reconhecer que o País tem nele um dos melhores escritores deste virar de século.
Tem uma escrita escorreita, directa e que nos transporta imediatamente para a cena.
A técnica é muito semelhante à de Dan Brawn, para para mim, muito melhor.
Praticamente li todos os livros dele.

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Passadas várias semanas, acho que já me sinto em condições de concluir este "post".
Quando acabei o livro estava demasiado quente para o comentar.
A realidade retratada no livro é muito dura.
Nós temos sempre a ideia que os políticos têm um profundo Sentido de Estado; i.e., que tomam não as decisões que lhes sejam particularmente vantajosas, mas sim aquelas que mais interessam ao País.
Pelo menos é pensando assim, que eu tenho ído desinteressadamente às urnas votar, em todas as eleições que houve até hoje.
Quando vejo um jornalista como o José Rodrigues dos Santos, que está muito perto dos meandros políticos escrever o que escreveu, obviamente retira-me o encantamento da política, desacreditando-a.
Saber que o Sentido de Estado é um palavra vã, e que toda (ou pelo menos grande parte) daquela gente está na política apenas para tirar dividendos pessoais, mesmo que estes vão contra os interesses da Nação, deixam-me no mínimo, triste!
Em todas as profissões sempre existiram bons e maus profissionais; gente séria e gente desonesta, mas pelo volume de gente que as decisões políticas toca no presente o no futuro, penso que deveria obrigar a um acrescido cuidado nas acções a tomar.
A frase de Edmund Burke com que termina o livro, ensina-nos que não podemos baixar os braços: "Para que o mal triunfe basta que os homens bons nada façam."
Compreendo a mensagem, mas depois de ler o livro ........ não sei francamente o que pensar.

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