segunda-feira, setembro 24, 2007

A descida da taxa de juros nos Estados Unidos

É interessante perceber a política por detrás da baixa da taxa de juros nos Estados Unidos.
Nos últimos tempos e como forma de evitar uma escalada inflacionista, o banco central americano têm vindo a aumentar gradual mas sistematicamente as taxas de juros.
O intuito?
- Melhorar as remunerações das poupanças, tentanto assim cativar os dinheiros dos particulares, evitando que o gastem em bens e serviços (despesa);
- Dificultar as compras a crédito.
Tudo isto pretende em termos globais refrear o consumo. Diminuindo o consumo e mantendo-se a oferta, obviamente os preços tem tendência para descer e assim evitar-se a inflação. É uma regra básica da economia.
No entanto, de repente, um factor exógeno a toda esta teoria entra em jogo: a problemática imobiliária.
Os americanos aquando do juro baixo, foram-se endividando, comprando habitações acima das suas posses. Com a subida das taxas de juro, sobem também as prestações. O que está a acontecer? Os americanos não têm como pagar os financiamentos que pediram. Se uma parte significativa entregar as habitações devido a incumprimento, as instituições bancários perdem parte da sua liquidez ...... e viram imobiliárias. Como os próprios bancos não conseguem pôr as habitações à venda pelo preço das dívidas dos particulares (nem querem porque não é o seu negócio), os bancos começam a perder dinheiro.
Poderão perder tanto, que poderão não ter liquidez para satisfazer os investidores. Isto seria terrível para a banca norte-americana.
Daí a decisão heróica:
- que se lixe a inflação; vamos salvar as famílias, para não pormos em risco as instituições bancárias.
O que é mau para uns, acaba por ser bom para os outros.
Ver as cenas do próximo episódio.

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