Sempre entendi, que dentro de determinados limites, proibir o que quer que seja só tem efeitos contraproducentes.
Entendo que se a permissão não põe em causa as liberdades individuais de cada um, não deve ser posta em causa. Não podemos passar a vida a ser pápás uns dos outros.
Lembro-me que logo após o 25 de Abril de 1974, foram proibidas as engraxadorias em Portugal.
Escovar os sapatos seja a quem for, era na altura considerado um acto de servilismo e como tal à luz do socialismo, altamente condenável.
Fecharam todos os estabelecimentos na época. Claro que, os trabalhadores que durante toda uma vida, fizeram deste “metier” a sua profissão, viram-se de um momento para o outro no desemprego. Como foi sempre a profissão da sua vida e porque na maioria deles, as habilitações académicas não davam para mais, não tiveram outra alternativa que não fosse, pôr a caixinha das pomadas às costas e estebelecerem-se por conta própria na via pública.
Quem ganhou com o assunto? Ninguém! Nem o próprio Estado, que acabou por perder uma evidentemente micro pequeníssima fatia dos seus impostos.
Outro caso histórico gritante: a lei seca nos Estados Unidos.
A proibição de comércio e consumo de bebidas alcoólicas, apenas favoreceu o aparecimento de alambiques em caves escondidas. Al Capone não teria sido ninguém, sem a lei seca. Criaram-se bandos organizados, com profundas raízes ainda nos tempos presentes, morrendo milhares de pessoas nas rixas com a polícia e entre gangs rivais.
E para quê?
Para se liberalizar mais tarde a venda destas mesmas bebidas alcoólicas.
No relacionamento entre estados, acontece a mesma coisa.
Para que serve um embargo económico ao país A? Normalmente existe sempre um país B que por laços de amizade ou interesses economico-estratégicos comuns não acata tal decisão.
Então o que acontece?
A maioria dos países que concordaram com o embargo ao país A, vendem os produtos ao país B, que por sua vez os revende ao país A.
Na realidade, o país A acaba por adquirir os produtos na mesma. Tem é que os comprar a uma 3ª entidade, por um preço evidentemente muito superior.
Quando esse país é rico, como é o caso da África du Sul, não se passa quase nada. Quando o país é pobre como Cuba, acabam por ter de se impor restrições internas, não aos líderes dos países, mas às populações, que acabam por ser as mais afectadas.
Muitos mais exemplos existem.
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