segunda-feira, julho 31, 2006

Mundial de Futebol

Apesar de um pouco atrasado devido ao meu período de férias, gostaria de referir o nosso brilhante comportamento no Mundial de Futebol.
Estatisticamente quanto maior é o universo disponível, mais fácil é conseguir uma boa amostra; i.e., retirar 23 jogadores de um universo de 10.000.000 habitantes é mais difícil que retira-los de um universo de 150.000.000.
Basta ver o nº de vezes que cada país foi Campeão do Mundo:

BRASIL 5 vezes 141.000.000 habitantes
ITÁLIA 4 vezes 57.000.000 habitantes
ALEMANHA 3 vezes 79.000.000 habitantes
ARGENTINA 2 vezes 32.000.000 habitantes
GRÃ-BRETANHA 1 vez 56.000.000 habitantes
FRANÇA 1 vez 55.000.000 habitantes
ESPANHA ---- 39.000.000 habitantes
HOLANDA ---- 15.000.000 habitantes
PORTUGAL ---- 10.000.000 habitantes

É evidente que existem 2 casos singulares: a Itália que face ao nº de habitantes não deveria ter sido tantas vezes campeã do Mundo e o caso da Argentina que estoicamente também já o conseguiu ser por duas vezes. No entanto nestes 2 casos, temos que entrar em linha de conta que são países mais “doentes pelo futebol” do que o normal e daí a maior probabilidae estatística de encontrar um lote de 23 jogadores fora de série.

Quanto há possibilidade de Portugal ter sido Campeão do Mundo, é estatisticamente quase uma impossibilidade.

A sua posição (4º lugar) deve ser motivo dos mais rasgados elogios.

Repare-se que Portugal seria se o futebol fosse o padrão:
4º País mais industrializado do Mundo (faríamos parte do Grupo G8, que define o futuro do Mundo)
4º País do Mundo com maior nível de literacia
4º País do Mundo relativamente ao nível de desenvolvimento humano
4º País do Mundo com a banca mais poderosa (em activos, empréstimos,...
4º País do Mundo..........

Grande sonho! Temos de acordar! A realidade não é essa, nem nunca poderá ser, face à situação periférica do País, e ao seu tamanho geográfico e demográfico.

Assim se pode sentir melhor o feito que os nosso 23 rapazes e toda a equipa técnica conseguiram e pelo qual só temos que nos sentir honrados e felizes.

Viva a Selecção Portuguesa de Futebol!

IRC (II)

Não é que nestas férias li um artigo sobre a China, em que neste país qualquer empresa que seja autorizada a abrir portas, está isente de pagamento de impostos sobre lucros durante 2 anos?

Toda a gente sabe que nos 1ºs anos as empresas têm que fazer grandes investimentos, pelo que a probabilidade de darem lucro é reduzida; i.e., quando começam a dar lucro já têm que pagar impostos (3º ano e seguintes).

No entanto esta é uma forma importante de atrair empresários para que invistam no país.

Não é preciso ser chinês para ser esperto.

A economia chinesa cresce em média cerca de 10% ao ano. A nossa em 2006 vai crescer 1,2% e o governo está muito satisfeito?!?!?!

quarta-feira, julho 05, 2006

IRC

Se existem impostos que tenho dificuldade de aceitar nos tempos que correm é o IRC.
Estamos num processo vertiginoso de globalização da economia. Assistimos diariamente a deslocalizações de empresas para áreas do globo onde os custos de produção são mais baixos, visto os custos logísticos praticamente não pesarem no preço final ao consumidor.
Então pergunto-me: não são as empresas o motor da economia? Quanto mais empresas houver, mais emprego haverá, mais IRS a receber por parte do Estado, mais IVA derivado do aumento do consumo.
Não poderia ser um estímulo para o estabelecimento e fixação de empresas no país, a abolição ou redução drástica do imposto IRC? A Madeira tem uma zona franca. Porque é que não se torna o país mum país franco?
Ou vendo as coisas ao contrário, porque é que as entidades bancárias, que mais lucros auferem, pagam menos taxa de IRC, que por exemplo a “retrosaria do Manel”? Será que os bancos emprestam dinheiro ao estado a custo zero e assim uma mão lava a outra?
Não haverá aqui uma situação sórdida?
Evidentemente que não sou um fiscalista e muito menos economista. Devem haver variáveis que desconheço, que indiciem o contrário do que afirmo. Temos grandes inteligências no País que se calhar já pensaram no assunto e se não agiram foi por algum constrangimento que desconheço.
Será que é preferível a política subsidiária discricionária a algumas indústrias, de acordo com um plano de médio/longo prazo para Portugal? Isto existe, plano industrial de médio/longo prazo?
Tenho alguma dificuldade em perceber isto! Adorava que alguém me explicasse!

Comboios de alta velocidade

Faltam 3 desgraçados dias para ir de férias. Como já dizia Einstein a relatividade do tempo é terrível e neste caso, parece que a semana nunca mais acaba.
Vamos lá a ver se é nestas férias que eu mais a família apanhamos o Ave em Sevilha de manhã, para irmos almoçar a Madrid e voltar ao final do dia.
Já tenho saudades do tempo em que passava a vida em reuniões entre Sevilha e Toledo; andar de avião entre Lisboa e Munique é muito maçador.
Se há transportes públicos que adoro, é andar de comboio e se ainda por cima for de alta velocidade, melhor. Considero o melhor transporte público que existe. Confortável, silencioso, com espaço para esticar as pernas, comer, trabalhar com computador, falar ao telefone, ouvir música, ....,dormir.
Talvez seja ainda o meu sonho de criança de querer ser maquinista da CP a fazer efeito.
Vamos lá a ver se o tempo não aquece demasiado para impedir o passeio e se a minha cara metade está pelos ajustes. Estou convencido que ela ia gostar. Fizémos junto o passeio entre Londres e Bristol, mas o AVE anda muito mais depressa....e quando os comboios se cruzam, a deslocação do ar que provocam é no mínimo......orgásmica!