segunda-feira, novembro 27, 2006

Toledo

A minha esposa apesar das insistências, anda com pouca vontade de viajar.
Tenho resmas de milhas para adquirir bilhetes de avião à borla ou estadias a baixíssimo preço, algumas delas que expiram dentro em breve, mas mesmo assim, não estou a conseguir convencê-la.
À uns anos atrás, também houve um episódio parecido.
Nessa altura, trabalhava para uma empresa espanhola e fazia viagens frequentes a Toledo.
Toledo é uma antiga praça forte espanhola, onde passa o rio Tejo.
Claro que quem o vê em Toledo, não faz a mínima ideia no quanto se modifica quando se espraia no estuário em Lisboa.
Em Toledo, o rio tem apenas algumas dezenas de metros de largura. Dá perfeitamente para, por exemplo, passar de uma margem para a outra por uma ponte e regressar por outra ponte, uns metros mais à frente.
O artesanato é fundamentalmente constituído por armaduras e espadas.
Também se encontram lindos tabuleiros de xadrez, que podem chegar a custar uma pequena fortuna.
A catedral de Toledo é muito bonita e fica situada dentro das muralhas do castelo.
O rio passa num vale que circunda toda a cidade. A vista é soberba em qualquer direcção.
Numa das primeiras vezes que me aventurei sozinho pelo castelo, obviamente que me perdi. Acabei por ir sair do lado exactamente contrário aquele por onde tinha entrado. Depois, tive de o circundar para regressar ao hotel. Não regressei por dentro, não fosse perder-me outra vez. Quando cheguei, estava todo moído.
Existem uns lindos caminhos pedestres circundantes e pode-se ficar com os pés à borda da água se assim se quiser.
Por ser tão bonita a zona, perguntei na altura à minha esposa se queria ir passear a Toledo. Respondeu-me com evasivas, dizendo que não sabia se iria gostar, se a época era ou não a melhor, etc, etc, .... coisas de mulheres!
Acabei por a convencer e depois adorou o passeio.
Agora está outra vez com evasivas.
O giro disto tudo, é que quando nos namorávamos, foi ela que me incutiu o bichinho de viajar. Eu não saía de Lisboa e ela passava a vida de um lado para o outro. Agora sou eu que passo o tempo a viajar e ela a encolher-se.
Já dizia Luís de Camões:
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Todo o Mundo é composto por mudanças.

1 comentário:

Anna^ disse...

Tenho a certeza de que mais cedo ou mais tarde lhe vais conseguir "dar a volta" ;)

beijinho