quarta-feira, agosto 17, 2005

Regresso de férias

Cá estou eu mais uma vez sentado ao computador do costume, após mais um período de férias. Satisfeito por um lado, por estas terem decorrido tão bem, insatisfeito, por não ter conseguido alcançar um dos meus objectivos. Se nestas 4 semanas consegui descansar a mente, não consegui livrar-me dos calmantes (Pazolan).
Antes de ir de férias, para aguentar o stress estava a tomar:
* 1 comprimido 0,5mg ao jantar;
* ½ comprimido 0,5 mg ao pequeno almoço;
* ½ comprimido de 0,5 mg al almoço.
Pensei: tomo 4 ½ comprimidos, tenho 4 semanas de férias, então vou reduzir ½ comprimido por semana, para quando retomar o trabalho estar limpo de drogas. Assim comecei a fazer, mas infelizmente durante a 4ª semana, voltaram as dores musculares no peito, no braço e perna direita, a taquicárdia, bem como os tremores.
Talvez seja a excitação pelo recomeço do trabalho e saber que no novo ano de trabalho que começa, os problemas vão ser cada vez maiores.
Como é possível satisfazer um cliente com X horas de trabalho, quando o potencial existente na empresa é X/4? Para agravar a situação, todas as linhas de montagem na Europa, dependem da nossa produção de peças. Trata-se de uma perfeita impossibilidade matemática, que ainda por cima não está nas minhas mãos controlar. No entanto, vou ter de dar a cara ao Cliente quando este começar a reclamar e por fim a desesperar. Acho que esta situação é tipicamente portuguesa: ter mais olhos que barriga!
A verdade é que não posso deixar que este ano se transforme num calvário 2 ou 3 vezes superior ao do ano passado. Cada um tem que assumir as consequências dos seus actos. Eu não posso carregar o fardo das más decisões alheias. Tal situação é-me insustentável e trás prejuízos incalculáveis para mim e para toda a minha família. Tenho que realizar a minha parte com todo o profissionalismo possível, mas ......... não posso sózinho alterar o panorama em que estamos mergulhados.
Por vezes quase que entendo a forma como os funcionários públicos atendem as pessoas. Se calhar também lutaram contra o sistema, mas este é bem mais forte do que eles, pelo que a solução não pode ser outra senão submeterem-se à lei do mais forte, para tentarem sobreviver.
Infelizmente é esta a perspectiva com que tenho de encarar este ano de trabalho que aí vem, para bem pessoal e da minha família.
Tenho que manter a mente entretida com outros temas sempre que transpuser as portas da empresa, arranjar um hobby, dedicar a minha cabeça a estudar assuntos, que infelizmente por um motivo ou outro tenho vindo a adiar.
Eu tenho e quero livrar-me dos fármacos. Tenho 43 anos de idade e não pretendo que estes façam parte integrante da minha vida!

2 comentários:

Ana disse...

olá... encontrei-te agora... conheco de perto (nao pessoalmente) o que é viver com antidepressivos e outros calmantes... por conhecer sei que as desabituacao nem sempre é possivel fazer em 4 semanas... mas pouco a pouco com coragem e supervisao médica é possivel e vais ver que tb vais conseguir... Um abraco do pais dos dragoes

Lucia disse...

Olá seja muito bem vindo de volta á blogoesfera...
Tens que ter calma quando aos medicamentos pois não podes querer deixar assim tão de repente.
Quanto ao trabalho na minha maneira de ver as coisas, deves fazer o teu o melhor que sabes e podes, e assumir apenas as responsabilidades pelo teu trabalho, e deixares os outros suportarem as deles, por vezes não é fácil mas tenta, para teu bem e da tua família maravilhosa que te ama muito...
Continua a escrever aqui no blog quem sabe não é uma forma de conseguires escapar da rotina e do stress do dia a dia...
Beijinhos da amiga Lúcia