segunda-feira, novembro 30, 2009

Portugal, que futuro?

Quando se lê o livro do Professor Medina Carreira e Eduardo Dâmaso:
- Portugal, que futuro?
a vontade que dá é fazer as malas e partir.
Para onde, não sei, mas para bem longe deste País que apodreceu a todos os níveis.
Felizmente que existe alguém com a coragem para escrever, para pôr a nu, a situação por que estamos a passar, e que dificilmente não se agravará mais no futuro.
Por algum motivo quem tem um bom pé de meia, está a pôr tudo no estrangeiro (2,8 mil milhões de € só este ano, segundo o Jornal Expresso desta semana), ao abrigo de qualquer contingência. Não os recrimino por isso. Se estivesse na mesma situação, procederia de igual forma.
O grito de guerra é:
- Salve-se quem puder!
Se tiverem dúvidas desta realidade, atentem nos seguintes parágrafos:


“ O produto interno português cresceu, de 2000 a 2008, à taxa média anual de 0,8%”

“ O financiamento dos défices do Estado também contribuiu para o endividamento externo que, em termos líquidos, passou de 44 000m€ em 2000 (38% do Pib) para 162 000m€ em 2008 (97% do Pib)”

“...níveis de fiscalidade já próximos do alemão e superiores aos da Espanha ou do Reino Unido...”

“...principais despesas sociais (Educação, Saúde, Segurança Social e Caixa Geral de Aposentações) poderão absorver 90% (2015) e 100% (2020) dos impostos e das contribuições.”

“... o nosso endividamento externo cresceu, “explosivamente”, entre 2000 e 2008, ao ritmo diário de 34 milhões de euros e horário de 1,4 milhões!”

“ Será então completamente absurda a nossa posição, entre os “27” (países membros da União Europeia), porque, para um Pib per capita nacional que é 19º, a carga fiscal será a 14ª e a despesa situar-se-à no 7º lugar.
Todos percebem, com facilidade, que o nosso Pib não sustentará, duradoramente e sem pesados danos, a 7ª despesa pública e a 14ª carga fiscal do conjunto”


Recomendo vivamente que leiam o livro, e que interiorizem o futuro negro que nos espera.
A alteração deste estado de coisas teria que passar por uma alteração de mentalidades, o que é um passo muito difícil de dar, a não ser quando se dão castástofres que abalam consciências.
Se ainda tivéssemos o escudo como moeda, à muito tempo que este teria de ser desvalorizado e o Fundo Monetário Internacional intervindo no sentido de endireitar a economia. Agora, intergrados na Moeda Única, as situações ficam mais esbatidas, mais difíceis de analizar.

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