segunda-feira, outubro 15, 2007

Péssima noite

Esta noite foi uma das piores noites que passei em toda a minha vida.
Deitei-me com uma dor de cabeça infernal, somada a uma forte dor no peito.
Estava também brutalmente enervado.
Tentei por todos os meios evitar ingerir comprimidos, mas por volta das 23:00, levantei-me para ir tomar um calmante. O coração batia todo descompensado! Estava a ver que ía ter um ataque.
Voltei a meter-me na cama, mas a dor de cabeça não passava.
Levantei-me novamente à procura de um analgésico nas coisas de farmácia, mas não encontrava nada. Acabei por ter de acordar a minha esposa. Os comprimidos estavam na mala dela. Tomei 2 e meti-me na cama.
Mesmo assim, não conseguia dormir.
Levantei-me outra vez, caminhei um pouco e estendi-me em cima do sofá da sala.
De repente começou a vir o sono.
Como não estava tapado e com medo de ter frio durante a noite, levantei-me e fui para a cama.
Grande disparate. O sono desapareceu de novo.
Voltas e mais voltas na cama e nada.
Decidi então levantar-me novamente e pôr uma toalha debaixo da almofada. Talvez com a cabeça mais alta fosse mais fácil adormecer.
Foi o que me valeu. A última vez que vi o relógio eram 0:50. Depois adormeci.
Hoje pareço um zombie.
Não sei o que provocou este mal estar.
Talvez tenha sido a manhã passada no hospital da CUF onde depois de raio-X e análises ao sangue diagnosticaram uma pneumonia na minha filha. Ou então, foi a visita dos meus pais à tarde. Se calhar as duas coisas.
Aquele tempo todo nas urgências do hospital, com todos aqueles miúdos (alguns muito pequeninos) doentes, fez-me confusão. Alguns adultos, não só merecem estar doentes, como alguns já deviam ter morrido....agora aquelas crianças.....algumas com meses de vida, custou-me muito. Às vezes parece que Deus, se existe, é tudo menos mesericordioso. Parece sadismo ignóbil e vil, ver aquelas crianças inocentes estarem doentes.
Depois de tarde, foi a vez dos meus pais fazerem-nos uma visita.
Portaram-se bem, mas depois dos episódios que se passaram nas férias, tenho dificuldade em os encarar...em estar com eles. Por muito que isto pareça estranho, quase que prefiro não ter contacto com eles.
Eles tornaram-se terroristas psicológicos profissionais e eu após 50 horas de trabalho durante cada semana, dispenso tais companhias durante o meu tempo de recuperação de forças para a semana seguinte.
A última deles:
- Pai, a tua neta está doente; está com 40º de febre e não sabemos o que tem (afinal era uma pneumonia).
- Estava a pensar passar por aí no Domingo para te entregar o relógio. Já está pronto.
- Se é para me entregares o relógio, não vale apena dares-te ao trabalho de apareceres. Tenho mais relógios que posso usar.
Diálogos destes não matam mas moem e eu depois de 50 horas de trabalho durante a semana, não são estas as conversas que preciso de ouvir.
Custa-me muito porque são meus pais, mas entre eles e eu, marcham eles.....mesmo que depois tenha de tomar calmantes.
Preciso de fins de semana calmos, tranquilos e não guerras psicológicas promovidas por pessoas, que passam uma semana inteira a pensar naquilo que podem dizer de forma a ferir o máximo possível e descarregar a frustação de uma vida sem sentido....apenas porque não lhe querem dar um sentido. Não têm problemas monetários, problemas de saúde, mas simplesmente recusam-se a viver....pelo menos de uma forma positiva.
Solução: descarregarem o negativismo em terceiros. Como não têm, nem se dão com mais ninguém, sobra para mim.
As minhas desculpas, mas não suporto mais! O saco está cheio! Chega!
As nossas vidas chegaram a um entroncamento em que cada um tem que seguir o seu destino. Para meu bem, da minha mulher (que eu muito amo) e da minha querida filha, infelizmente tem que ser assim

1 comentário:

Jorge Oliveira disse...

Olá Artur,
Todos nós temos por vezes noites tenebrosas, mas também sei que a Luz do dia, a Luz que é mais forte que o Sol, ilumina as partes mais sombrias do nosso ser.
Sei que amas os teus pais e eles também te amam muito a ti, não acredito que queiras voltar-lhes as costas. Às vezes são meros problemas de comunicação.

Oro a Deus para que Ele te abençoe a ti e aos teus pais e vos dê a paz.

Um forte abraço.