terça-feira, setembro 25, 2007

Cortar o cabelo

Ontem fui cortar o cabelo na barbearia do costume na minha simpática terra.
Como de costume, cortei-o à máquina: pente 4 em cima e pente 2 de lado.
Fiquei bem mais arejado.
Como dizia a minha professora primária: cabelos compridos, idéias curtas.
Eu como não quero ter ideias curtas, corto sempre assim o cabelo; 4 vezes por ano, no início de cada estação do ano.
Como já entrámos no Outono, a carecada impunha-se.
Na barbearia, estavam dois velhotes reformados à conversa.
Um deles já tinha sido barbeiro e ambos eram amigos à mais de 40 anos.
Para além da típica conversa: ainda dou 2 pinocadas por semana; uma caixa de preservativos ainda não chega para um mês,......, tiveram uma conversa bem interessante.
Um deles ía diariamente levar e trazer os netos à escola e tomava conta deles no resto do dia. Sentia-se por vezes cansado e a necessitar de isolamento.....mas, passado um bocado já sentia a falta dos netos.
Ele dizia que os idosos fossem eles quais fossem deveriam ter sempre uma actividade. Caso não fosse para ganhar dinheiro, servia para entreter o cérebro. Ficar o dia inteiro a estupidificar sentado em frente à televisão é que não era vida.
Eu olho para os meus pais, e verifico que é exactamente isso que eles fazem. Deixaram de ter vida própria e passaram a ter um comportamento sistematicamente pessimista; e nisso, os noticiários nacionais são pródigos. Parece que todos os dias estão à espera do fim. É doentio...e o pior é que este comportamento com o tempo acaba por ser contagiante.
É quase como aquele indivíduo que de tanto conversar com o gago.....acaba por gaguejar.

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