Já há algum tempo que estava com vontade de ir à Costa da Caparica.
O tempo estava bom; dito e feito.
Pus a bicicleta no carro e aí fui eu.
De alguma forma também estava interessado em ver com os meus próprios olhos a terrível situação que o mar tinha criado junto ao parque de campismo.
Quando cheguei, deparei-me com montes de gente a passear no paredão. O tempo estava convidativo para isso.
Na zona norte para lá do restaurante “O Barbas” a praia sumiu por completo. antes os pescadores deslocavam-se para as pontas dos esporões para pescar. Agora não. Fazem-no mesmo a partir do paredão. O mar bate ali com muita força.
Junto à zona do parque de campismo, puseram um conjunto de pedregulhos ao acaso, para segurar as águas. Se assim não fosse à muito que o mar já tinha engolido aquela zona.
O que é estranho, é que quer a praia de S. João no extremo norte, quer as praias a sul dos esporões continuam a ter uma dimensão normal.
Só onde houve intervenção humana é que parece que a areia desapareceu. Haverá aqui uma situação de causa-efeito?
A zona do Ninho, onde eu em miúdo muito me diverti e joguei mini-golf, desapareceu. Grande parte da mata, desapareceu. Agora parece ir tornar-se numa zona habitável. Eu é que não comprava ali uma casa, abaixo do nível do mar.
Na falésia a vários quilómetros da costa existem conchas. Os pescadores dizem que mais tarde ou mais cedo o mar irá reclamar o que em tempos foi dele.
A pressão habitacional degradou a Costa da Caparica. O sítio onde eu durante mais de 30 anos passei as minhas férias, me diverti, namorei, joguei à bola, está irreconhecível.
Ainda fui de bicicleta ao centro, para ver se captava alguma daquela áurea de outros tempos. Mas, nem aí.
Tão cedo não volto a passear por aquelas bandas. O sítio já não me diz grande coisa.
Foi bom, tenho grandes e deliciosas recordações, foi a praia onde conheci a minha querida esposa,...., mas são isso mesmo: recordações.
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