domingo, outubro 16, 2005

Paris

Há uns anos atrás depois de dezenas de vezes fazer tranfers nos aeroportos de Orly e Charles de Gaulle, eu, a minha mulher e os meus sogros decidimos tirar uns dias e ir fazer as compras de Natal a Paris.
Ficámos num conhecido hotel na famosa zona de l’Ópera e fomos à descoberta da cidade e das prendas.
Tenho a felicidade de conhecer muitas cidades por essa Europa fora e não só......mas de facto, Paris é Paris!
Na altura do Natal todas as ruas e lojas estão enfeitadas com milhares de lâmpadas. Existem dezenas de milhares de pessoas nas ruas atarefadas nas compras. Existe um quê de muito especial no ar.
A Torre Eifel apesar de ser um amontoado de ferro seguro por milhões de rebites é de facto no seu conjunto uma soberba obra de arte arquitetónica. Em cada um dos quatro pilares, temos um elevador que nos conduz ao 1º andar, onde existe uma loja de “souvenirs” (caros) e um restaurante com preços exurbitantes. Apanhando o elevador seguinte, chegamos ao topo da torre. Aí sim, abre-se-nos uma visão impossível de descrever, fotografar ou mesmo filmar condignamente. A vista da torre de telecomunicações de Munique é excepcional, mas não comparável com a presente vista. É das vistas de cidades mais deslumbrantes que tive oportunidade de ver em toda a minha vida!
Visitámos a Torre Eifel por duas vezes. Uma de dia, outra de noite. De dia tem-se uma panorâmica magnífica sobre toda a cidade, nomeadamente a zona do rio Tamisa e toda a zona nova de Paris: “La Defense”. Percebe-se perfeitamente o rendilhado das ruas e a sua convergência para a zona do Arco do Triunfo. À noite pude confirmar porque é que Paris é considerada a cidade luz. É simplesmente indescritível a vista nocturna! Os barcos que navegam no rio encontram-se todos iluminados. O movimento inusitado destes (compridos e estreitos de acordo com a pouca largura do rio), uns restaurantes flutuantes, outros de carga, dão-nos a ideia que passeiam enormes cardumes de peixes luminosos no rio, de um lado para o outro.
De metropolitano, chega-se a todo o lado. O carro não faz falta para nada. Só atrapalha. Os condutores são tão ou mais indisciplinados do que nós portugueses.
A zona de Montmartre (zona dos pintores) tem um ar muito pitoresco, com dezenas de artistas na rua retratando pessoas, fachadas de edifícios, pormenores singulares da zona.
Os Campos Elísios são uma azáfama de veículos e lojas de enormes dimensões, divididas por 5,6, 7 pisos. Todas as árvores que ladeiam a avenida estão iluminadas, bem como os edifícios e montras. Estas apresentam bonecos articulados eléctricamente, pelo que as montras parecem estar permanentemente a mexer-se. A noite parece dia! Pela primeira vez, entrei numa loja da Séphora. Que loja enorme!!!! Têm televisores em vários recantos, com dados sobre o mercado de valores de produtos de beleza. Nem fazia idéia que tal coisa existisse! Conhecia o mercado de capitais, de mercadorias,...., mas agora de produtos de beleza? Não fazia idéia que tal mercado movimentasse assim tanto dinheiro!
Junto ao Eliseu, encontram-se as lojas de grande luxo: um pouco à semelhança da nossa Avenida da Liberdade! Para se saber o preço das coisas, é preciso contar todos os dígitos à esquerda da vírgula, não vá a gente enganar-se.
Como estávamos no Inverno, o “Jardin das Tulleries” não me pareceu grande coisa. O nosso Parque Eduardo VII, é bem mais vistoso. No entanto a época do ano, também não era a melhor.
O “Museu du Louvre” é enorme. Não me senti esteticamente ofendido com a pirâmide em vidro de estilo moderno que colocaram agora à entrada para o museu. A fila de pessoas para acederem ao seu interior é no mínimo incrível. É preciso gostar muito de arte para passar tantas horas numa fila de espera!
É de facto uma cidade magnífica que merece ser conhecida! Poderá parecer um cliché, mas não é.
Gastámos muito mais dinheiro do que pensámos gastar. Andámos anos a pagar à banca parte do que gastámos, mas não considero que tenha sido uma despesa. Foi antes um investimento em cultura e conhecimento, que jamais se apagará da minha memória.

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