Se existe terra para onde eu ía morar sem pestanejar, Dubrovnik na ex-Jugoslávia, agora Croácia, era uma delas.
A entrada pelo mar Adriático é feita por um largo braço de mar, como se de um fiorde se tratasse.
Ao fundo do lado direito, fica uma enorme marina cheia de barcos à vela e também a zona nova da cidade, que eu não tive tempo de visitar. Do lado esquerdo, fica a zona velha.
Todo o conjunto é ladeado por uma grande cadeia montanhosa.
É (era, visto a minha visita ter ocorrido semanas antes do início da guerra civil) uma cidade calma, sem grande movimento de viaturas e com dezenas de milhares de pombos. Nunca tinha visto tantos pombos juntos, que aliás vim a saber mais tarde, serviram de alimento à população durante a guerra.
Os monumentos são muito bonitos sobretudo pela sua cingeleza. Grande parte das edificações da zona velha, são caiadas de branco, como qualquer vila alentejana.
Notava-se nas pessoas, uma certa aspereza no contacto, um certo espírito de raiva contida. Hoje, não faço idéia como será.
O custo de vida era caro. Um gelado normal de 2 bolas posto num cone de baunilha, custava na altura cerca de 400$00. Para os ordenados deles, deveria ser muito elevado.
Como todas as cidades tem uma praça principal, com um monumento central muito bonito e que eu sei, foi encaixotado durante a guerra, tendo sido preservado até hoje.
Virar-nos para o mar e ver ao fundo a saída para o mediterrâneo de águas calmas e todo aquele mundo de barcos à vela ancorados (parece a marina de Marselha, salvo as devidas proporções), dá uma sensação de indescritível tranquilidade.
É uma terra que reluz exactamente pela sua simplicidade e preservação da natureza no seu estado mais puro.
Não me importava de morar num sítio assim.
Sem comentários:
Enviar um comentário